O meu amigo António Frois mandou-me este brilhante texto e concedeu-me o privilégio de o divulgar. Ele faz 32 anos de xadrez e 25 Anos de Profissionalismo. Aqui fica o texto, leiam-no e deliciem-se.
Parabéns Frois!
José Cavadas
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Xadrez – Curiosidades
Por alguma razão o Xadrez é um jogo muito esquecido em Portugal.
Tive um bom exemplo na minha própria família.
O meu pai era pianista e compositor de música, maestro, e sabia jogar às damas, era um razoável jogador de bilhar, mas não conhecia o xadrez.
A minha mãe, violinista, também não.
É interessante pensar que já na Idade Média, o padre Espanhol Ruy Lopez, que era de Zafra, na Estremadura espanhola, conheceu e jogou partidas com o português Damiano, um boticário de Odemira.
O rei Dom Sebastião jogava xadrez e existem partidas por ele conhecidas.
Mais tarde, o Campeão Mundial Alexander Alekhine faleceu no Estoril em 1946.
Porém, ao contrário dos espanhóis, nós nunca aproveitamos estas e outras raízes históricas, até porque se sabe que foram os Árabes que trouxeram o xadrez para a Europa.
O Xadrez pode ser ensinado a qualquer pessoa a partir dos dois anos e meio de idade até 80, 90 anos, desde que as pessoas tenham vontade de aprender.
IMPORTANTE:
Existe muita ignorância e insuficiente divulgação do jogo no nosso país.
Deve ser ensinado a pares para que as pessoas, depois de aprenderem o essencial (o movimento de cada peça e como se ganha o jogo), possam jogar.
O xadrez precisa apenas de um tabuleiro e das peças para ser jogado. Ou seja, é baratíssimo. Por 10, 12 Euros pode-se comprar um tabuleiro como os que são utilizados nas competições oficiais da Federação Portuguesa de Xadrez em Portugal.
Quanto dura uma partida de xadrez?
O tempo que os adversários quiserem que dure.
Ou seja, se os jogadores quiserem jogar em ritmo de “xadrez de café” (ou seja, passar um pouco de tempo agradável a jogar com um amigo) a partida pode durar um ou dois minutos, se ambos quiserem jogar depressa, mais tempo ou mais devagar, o jogo será assim.
Não é verdade que o jogo de xadrez tenha de durar várias horas.
Introdução do Relógio de xadrez
No Xadrez, como em tudo na vida, o relógio foi introduzido para estabelecer regras e evitar os trapaceiros.
Até ao século XIX, jogava-se sem relógio.
Acontece que algum jogador de “má fé “, quando estava prestes a perder a partida, não jogava mais com o falso argumento de que estava a pensar, que se estendia para mais infinito, ou seja, esse jogador nunca mais fazia a sua jogada para não assumir a derrota.
Então aparece a introdução do relógio.
Um relógio de xadrez é um mecanismo que tem dois relógios que funcionam separadamente.
Tem dois mostradores, um para o tempo de cada jogador.
Quando o primeiro jogador joga, acciona o relógio do outro jogador e vice-versa.
Ou seja, antes de começar a partida é estipulado o tempo que cada adversário tem para jogar todos os seus lances.
Esse tempo pode ser um minuto, 5 minutos, meia hora, uma hora, pode ser o tempo que os adversários acordarem que deve ser.
A partir daí, o jogador pode gastar o tempo que quiser numa jogada, mas não pode exceder o tempo total que tem para fazer a sua partida.
O relógio tem um sistema que indica quando cada jogador excede o seu tempo.
Assim sendo, o adversário apenas tem de indicar que o seu adversário perdeu por tempo.
Repito que o relógio não é necessário para jogar uma partida de xadrez, apenas serve para definir o tipo de competição de xadrez que se vai fazer.
1- Xadrez Relâmpago – Partidas de um minuto para cada adversário.
Este sistema é muito utilizado hoje dia na Internet e serve para dois jogadores se divertirem sem pensarem muito.
2- Xadrez Rápido – Partidas de 5 minutos para cada adversário.
Os jovens gostam muito de jogar este ritmo. Com 5 minutos já se pode jogar xadrez com bastante qualidade. Exemplos disso são os torneios de rápidas entre os melhores do Mundo, nos quais as partidas são depois publicadas e algumas delas são de grande qualidade técnica.
3- Xadrez Semi Rápido – Partida de 30 minutos para cada adversário.
Existem muitos torneios escolares neste ritmo.
Pode-se realizar todo um torneio apenas num dia, cada partida nunca dura mais de uma hora e, como o jogador tem de ser relativamente rápido a jogar, é muito atractivo para os espectadores.
Já dá para reflectir bastante mais do que as rápidas.
4- Xadrez lento ou Ritmo clássico---
Ritmo a definir pela organização e no qual as partidas têm de ser escritas pelos dois jogadores na anotação algébrica.
É no ritmo lento que a FIDE (Federation Internationale Des Echecs) atribui os títulos vitalícios de Mestre FIDE, Mestre Internacional e Grande Mestre, equivalentes a doutoramentos, licenciaturas, etc , etc, é neste ritmo que se jogam a maior parte das competições entre jogadores profissionais, Campeonatos do Mundo e dos continentes, individuais e por países.
A Anotação Algébrica
Esta é a anotação internacional e é muito fácil de ensinar a qualquer criança que conheça as 8 primeiras letras e os 8 primeiros algarismos.
Cada casa do tabuleiro tem um nome definido por uma letra e um algarismo.
Assim sendo, os algarismos definem as filas horizontais do tabuleiro chamadas “linhas”.
A linha número 1 é a linha onde estão colocadas as peças brancas no início da partida.
A linha número 8 é a linha onde estão colocadas todas as peças pretas no início da partida.
A linha número 2 a linha é onde estão colocados os peões brancos no início da partida.
A linha número 7 é a linha onde estão colocados os peões pretos no início da partida.
As letras definem as filas verticais do tabuleiro chamadas “colunas “.
Como podem ver as peças estão colocadas de forma igual dos dois lados do tabuleiro.
A diferença é que existe uma dama dum lado e o rei do outro.
Assim sendo, chamamos ala de dama às peças que estão ao lado da dama e ala do rei às peças que estão do lado do rei.
Então a coluna A é a coluna onde estão colocadas as duas torres do lado da dama no início da partida.
A coluna H é a coluna onde estão colocadas as duas torres do lado do rei no início da partida.
A anotação algébrica faz-se indicando: a inicial da peça que se movimenta: T, C, B, D ou R (nota: o peão não é considerado peça), seguido do nome da casa onde a peça estava, seguido do nome da casa onde a peça fica.
Exemplo: se a primeira jogada das brancas for o peão que está em frente ao rei duas casas, essa jogada escrever-se-á da seguinte forma: 1. e2-e4.
A anotação das partidas serve para elas ficarem registadas, e assim sendo se poderem fazer análises dos erros, e graças a isso se em feito a evolução técnica do jogo.
Existem ainda outras formas de xadrez:
Xadrez por Correspondência ou Xadrez por “email”
São partidas em que os adversários jogam em suas casas (podem defrontar-se adversários que vivam até em continentes diferentes) e enviam as suas jogadas aos seus adversários. Dantes era por carta, agora é por carta ou por imail.
Xadrez às Cegas
Esta forma de Xadrez deve ser bem explicada: Muita Atenção.
Os jogadores anunciam as jogadas na linguagem algébrica mas eles não têm tabuleiro, ou seja, têm o tabuleiro dominado no seu próprio cérebro.
Isto é muito mais fácil de fazer do que parece, e mais uma vez um professor pode ensinar qualquer criança a partir dos 5, 6 anos desde que conheça as letras e os números, a dominar o tabuleiro sem o ver.
Numa explicação rápida, se por exemplo, a casa a1 é de cor preta, de que cor será a casa a2 ? Branca, obviamente.
Este é o raciocínio de base que levará uma pessoa de inteligência absolutamente normal a dominar com alguns exercícios adequados todas as casas do tabuleiro.
Simultânea de Xadrez
Esta é uma sessão de divulgação do jogo em que um mestre joga contra 20, 30, 40 , 50 adversários ao mesmo tempo, por exemplo numa praça pública e permite uma óptima divulgação do jogo.
Xadrez ao VIVO (ou Xadrez Humano)
Esta é outra faceta do jogo, muito adequada e ligada a outras actividades.
Pode-se fazer por exemplo num centro comercial.
Consiste em fazer uma partida com um tabuleiro gigante em que de cada lado estão 16 seres humanos representando cada uma das peças brancas e pretas.
Cada jogada é anunciada ao microfone pelos dois jogadores que estão de facto a fazer a partida, e é efectuada seguidamente no tabuleiro pela peça (ser humano) que faz esse movimento.
È muito engraçado e adequado fazer esta demonstração por exemplo com as peças (podem ser judocas ou karatecas) fardadas de peões, cavalos, bispos, torres, damas e reis.
Cada movimento por exemplo será acompanhado por um golpe de judo ou karaté em que a “peça capturada” perde a pequena luta e em seguida sai do tabuleiro.
Xadrez Gigante
São jogos enormes que servem para estarem expostos num local público. As crianças ou adultos que passam podem fazer um jogo com essas peças que pelo seu tamanho ( são jogos que se vêem muito ao longe, e são muito apelativos.
Para terminar, o que pretendo explicar é que o xadrez pode ser muitas coisas diferentes:
A- Xadrez Profissional de Alta Competição:
Jogado entre profissionais e exige naturalmente um grande trabalho técnico de anos e anos, e também preparação física e psicológica de alto nível para enfrentar todas as adversidades da competição, sobretudo quando ela se torna num trabalho de todos os dias.
Por exemplo, muitos médicos desconhecem que a variação da tensão arterial é muito elevada durante as 4, 5 horas de uma partida de torneio, e que os pessoas com problemas cardíacos não devem praticar xadrez de alta competição.
Xadrez de Café
Pode servir também para simples diversão, entretenimento.
Xadrez Ferramenta Pedagógica
O xadrez ajuda uma criança a aprender a tomar decisões, a concentrar-se, a um melhor raciocínio lógico e geométrico, a reflectir sobre situações objectivas e subjectivas, ou seja ajuda muito a melhorar o rendimento escolar.
Xadrez na Terceira Idade ou em situações de Isolamento
O xadrez ajuda na Prevenção da Doença de Alzheimer, e também pode ajudar a combater a solidão dos presos nas cadeias, ou no entretenimento das pessoas de idade.
Existe ainda uma filatelia e coleccionismo completíssimos sobre xadrez.
PS: Qualquer dos temas de que falei tem naturalmente um desenvolvimento muito mais amplo.
Estes temas são tão vastos que exigem que a sua explicação e divulgação sejam feitas por profissionais que conheçam a fundo cada uma das diversas facetas deste jogo milenar.
António Fróis, Mestre Internacional de Xadrez
Amadora, 22 de Outubro de 2007
Por alguma razão o Xadrez é um jogo muito esquecido em Portugal.
Tive um bom exemplo na minha própria família.
O meu pai era pianista e compositor de música, maestro, e sabia jogar às damas, era um razoável jogador de bilhar, mas não conhecia o xadrez.
A minha mãe, violinista, também não.
É interessante pensar que já na Idade Média, o padre Espanhol Ruy Lopez, que era de Zafra, na Estremadura espanhola, conheceu e jogou partidas com o português Damiano, um boticário de Odemira.
O rei Dom Sebastião jogava xadrez e existem partidas por ele conhecidas.
Mais tarde, o Campeão Mundial Alexander Alekhine faleceu no Estoril em 1946.
Porém, ao contrário dos espanhóis, nós nunca aproveitamos estas e outras raízes históricas, até porque se sabe que foram os Árabes que trouxeram o xadrez para a Europa.
O Xadrez pode ser ensinado a qualquer pessoa a partir dos dois anos e meio de idade até 80, 90 anos, desde que as pessoas tenham vontade de aprender.
IMPORTANTE:
Existe muita ignorância e insuficiente divulgação do jogo no nosso país.
Deve ser ensinado a pares para que as pessoas, depois de aprenderem o essencial (o movimento de cada peça e como se ganha o jogo), possam jogar.
O xadrez precisa apenas de um tabuleiro e das peças para ser jogado. Ou seja, é baratíssimo. Por 10, 12 Euros pode-se comprar um tabuleiro como os que são utilizados nas competições oficiais da Federação Portuguesa de Xadrez em Portugal.
Quanto dura uma partida de xadrez?
O tempo que os adversários quiserem que dure.
Ou seja, se os jogadores quiserem jogar em ritmo de “xadrez de café” (ou seja, passar um pouco de tempo agradável a jogar com um amigo) a partida pode durar um ou dois minutos, se ambos quiserem jogar depressa, mais tempo ou mais devagar, o jogo será assim.
Não é verdade que o jogo de xadrez tenha de durar várias horas.
Introdução do Relógio de xadrez
No Xadrez, como em tudo na vida, o relógio foi introduzido para estabelecer regras e evitar os trapaceiros.
Até ao século XIX, jogava-se sem relógio.
Acontece que algum jogador de “má fé “, quando estava prestes a perder a partida, não jogava mais com o falso argumento de que estava a pensar, que se estendia para mais infinito, ou seja, esse jogador nunca mais fazia a sua jogada para não assumir a derrota.
Então aparece a introdução do relógio.
Um relógio de xadrez é um mecanismo que tem dois relógios que funcionam separadamente.
Tem dois mostradores, um para o tempo de cada jogador.
Quando o primeiro jogador joga, acciona o relógio do outro jogador e vice-versa.
Ou seja, antes de começar a partida é estipulado o tempo que cada adversário tem para jogar todos os seus lances.
Esse tempo pode ser um minuto, 5 minutos, meia hora, uma hora, pode ser o tempo que os adversários acordarem que deve ser.
A partir daí, o jogador pode gastar o tempo que quiser numa jogada, mas não pode exceder o tempo total que tem para fazer a sua partida.
O relógio tem um sistema que indica quando cada jogador excede o seu tempo.
Assim sendo, o adversário apenas tem de indicar que o seu adversário perdeu por tempo.
Repito que o relógio não é necessário para jogar uma partida de xadrez, apenas serve para definir o tipo de competição de xadrez que se vai fazer.
1- Xadrez Relâmpago – Partidas de um minuto para cada adversário.
Este sistema é muito utilizado hoje dia na Internet e serve para dois jogadores se divertirem sem pensarem muito.
2- Xadrez Rápido – Partidas de 5 minutos para cada adversário.
Os jovens gostam muito de jogar este ritmo. Com 5 minutos já se pode jogar xadrez com bastante qualidade. Exemplos disso são os torneios de rápidas entre os melhores do Mundo, nos quais as partidas são depois publicadas e algumas delas são de grande qualidade técnica.
3- Xadrez Semi Rápido – Partida de 30 minutos para cada adversário.
Existem muitos torneios escolares neste ritmo.
Pode-se realizar todo um torneio apenas num dia, cada partida nunca dura mais de uma hora e, como o jogador tem de ser relativamente rápido a jogar, é muito atractivo para os espectadores.
Já dá para reflectir bastante mais do que as rápidas.
4- Xadrez lento ou Ritmo clássico---
Ritmo a definir pela organização e no qual as partidas têm de ser escritas pelos dois jogadores na anotação algébrica.
É no ritmo lento que a FIDE (Federation Internationale Des Echecs) atribui os títulos vitalícios de Mestre FIDE, Mestre Internacional e Grande Mestre, equivalentes a doutoramentos, licenciaturas, etc , etc, é neste ritmo que se jogam a maior parte das competições entre jogadores profissionais, Campeonatos do Mundo e dos continentes, individuais e por países.
A Anotação Algébrica
Esta é a anotação internacional e é muito fácil de ensinar a qualquer criança que conheça as 8 primeiras letras e os 8 primeiros algarismos.
Cada casa do tabuleiro tem um nome definido por uma letra e um algarismo.
Assim sendo, os algarismos definem as filas horizontais do tabuleiro chamadas “linhas”.
A linha número 1 é a linha onde estão colocadas as peças brancas no início da partida.
A linha número 8 é a linha onde estão colocadas todas as peças pretas no início da partida.
A linha número 2 a linha é onde estão colocados os peões brancos no início da partida.
A linha número 7 é a linha onde estão colocados os peões pretos no início da partida.
As letras definem as filas verticais do tabuleiro chamadas “colunas “.
Como podem ver as peças estão colocadas de forma igual dos dois lados do tabuleiro.
A diferença é que existe uma dama dum lado e o rei do outro.
Assim sendo, chamamos ala de dama às peças que estão ao lado da dama e ala do rei às peças que estão do lado do rei.
Então a coluna A é a coluna onde estão colocadas as duas torres do lado da dama no início da partida.
A coluna H é a coluna onde estão colocadas as duas torres do lado do rei no início da partida.
A anotação algébrica faz-se indicando: a inicial da peça que se movimenta: T, C, B, D ou R (nota: o peão não é considerado peça), seguido do nome da casa onde a peça estava, seguido do nome da casa onde a peça fica.
Exemplo: se a primeira jogada das brancas for o peão que está em frente ao rei duas casas, essa jogada escrever-se-á da seguinte forma: 1. e2-e4.
A anotação das partidas serve para elas ficarem registadas, e assim sendo se poderem fazer análises dos erros, e graças a isso se em feito a evolução técnica do jogo.
Existem ainda outras formas de xadrez:
Xadrez por Correspondência ou Xadrez por “email”
São partidas em que os adversários jogam em suas casas (podem defrontar-se adversários que vivam até em continentes diferentes) e enviam as suas jogadas aos seus adversários. Dantes era por carta, agora é por carta ou por imail.
Xadrez às Cegas
Esta forma de Xadrez deve ser bem explicada: Muita Atenção.
Os jogadores anunciam as jogadas na linguagem algébrica mas eles não têm tabuleiro, ou seja, têm o tabuleiro dominado no seu próprio cérebro.
Isto é muito mais fácil de fazer do que parece, e mais uma vez um professor pode ensinar qualquer criança a partir dos 5, 6 anos desde que conheça as letras e os números, a dominar o tabuleiro sem o ver.
Numa explicação rápida, se por exemplo, a casa a1 é de cor preta, de que cor será a casa a2 ? Branca, obviamente.
Este é o raciocínio de base que levará uma pessoa de inteligência absolutamente normal a dominar com alguns exercícios adequados todas as casas do tabuleiro.
Simultânea de Xadrez
Esta é uma sessão de divulgação do jogo em que um mestre joga contra 20, 30, 40 , 50 adversários ao mesmo tempo, por exemplo numa praça pública e permite uma óptima divulgação do jogo.
Xadrez ao VIVO (ou Xadrez Humano)
Esta é outra faceta do jogo, muito adequada e ligada a outras actividades.
Pode-se fazer por exemplo num centro comercial.
Consiste em fazer uma partida com um tabuleiro gigante em que de cada lado estão 16 seres humanos representando cada uma das peças brancas e pretas.
Cada jogada é anunciada ao microfone pelos dois jogadores que estão de facto a fazer a partida, e é efectuada seguidamente no tabuleiro pela peça (ser humano) que faz esse movimento.
È muito engraçado e adequado fazer esta demonstração por exemplo com as peças (podem ser judocas ou karatecas) fardadas de peões, cavalos, bispos, torres, damas e reis.
Cada movimento por exemplo será acompanhado por um golpe de judo ou karaté em que a “peça capturada” perde a pequena luta e em seguida sai do tabuleiro.
Xadrez Gigante
São jogos enormes que servem para estarem expostos num local público. As crianças ou adultos que passam podem fazer um jogo com essas peças que pelo seu tamanho ( são jogos que se vêem muito ao longe, e são muito apelativos.
Para terminar, o que pretendo explicar é que o xadrez pode ser muitas coisas diferentes:
A- Xadrez Profissional de Alta Competição:
Jogado entre profissionais e exige naturalmente um grande trabalho técnico de anos e anos, e também preparação física e psicológica de alto nível para enfrentar todas as adversidades da competição, sobretudo quando ela se torna num trabalho de todos os dias.
Por exemplo, muitos médicos desconhecem que a variação da tensão arterial é muito elevada durante as 4, 5 horas de uma partida de torneio, e que os pessoas com problemas cardíacos não devem praticar xadrez de alta competição.
Xadrez de Café
Pode servir também para simples diversão, entretenimento.
Xadrez Ferramenta Pedagógica
O xadrez ajuda uma criança a aprender a tomar decisões, a concentrar-se, a um melhor raciocínio lógico e geométrico, a reflectir sobre situações objectivas e subjectivas, ou seja ajuda muito a melhorar o rendimento escolar.
Xadrez na Terceira Idade ou em situações de Isolamento
O xadrez ajuda na Prevenção da Doença de Alzheimer, e também pode ajudar a combater a solidão dos presos nas cadeias, ou no entretenimento das pessoas de idade.
Existe ainda uma filatelia e coleccionismo completíssimos sobre xadrez.
PS: Qualquer dos temas de que falei tem naturalmente um desenvolvimento muito mais amplo.
Estes temas são tão vastos que exigem que a sua explicação e divulgação sejam feitas por profissionais que conheçam a fundo cada uma das diversas facetas deste jogo milenar.
António Fróis, Mestre Internacional de Xadrez
Amadora, 22 de Outubro de 2007
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